E nossa viagem as grandes músicas forrozeiras que marcaram épocas continua. E dessa vez em grande estilo...

Essa música entra ano e sai ano, mas a mesma não deixa de ser tocadas em todas as rádios. Estou falando da música Saga de um Vaqueiro da grande cantora e compositora Rita de Càssia.

Acompanhem a letra:


Vou pedir licença pra contar a minha história

Como um vaqueiro tem suas perdas e suas glórias

Mesmo sendo forte, o coração é um menino

Que ama e chora por dentro, e segue seu destino
Desde cedo assumi minha paixão

De ser vaqueiro e ser um campeão

Nas vaquejadas sempre fui batalhador

Consegui respeito por ser um vencedor
Da arquibancada uma morena me aplaudia

Seus cabelos longos, olhos negros, sorria

Perdi um boi naquele dia lá na pista

Mas um grande amor surgia em minha vida
Naquele dia começou o meu dilema

Apaixonado por aquela morena

Cada boi que eu derrubava, ela aplaudia

E eu, todo prosa, sorria
Então começamos um namoro apaixonado

Ela vivia na garupa do meu cavalo

Meus planos já estavam, traçados em meu coração

De tê-la como esposa ao pedir a sua mão
Que tristeza abalou meu coração

Quando seu pai negou-me sua mão

Desprezou-me, por eu ser um vaqueiro

Pra sua filha só queria um fazendeiro
A gente se encontrava, sempre às escondidas

E vivia aquele amor, proibido

Cada novo encontro era sempre perigoso

Mas o nosso amor era tão gostoso
Decidimos então fugir, pra outras vaquejadas

Iríamos seguir

Marcamos um lugar, pra gente se encontrar

Mas na hora marcada ela não estava lá
Voltei em um galope

Saí cortando o vento

Como se procura uma novilha, no relento

E tudo em mim chorava por dentro...

E tudo em mim chorava por dentro...
Vieram me contar, que mandaram ela pra longe

Onde o vento se esconde o som do berrante se desfaz

Um fruto do nosso amor

Ela estava a esperar
Fiquei desesperado, com tamanha maldade

Pensei fazer desgraça, mas me controlei

E saí pelo mundo, um vaqueiro magoado

Só porque um dia eu amei
Passaram muitos anos e eu pelo mundo

De vaquejada em vaquejada, sempre a viajar

Era um grande vaqueiro, mas meu coração

Continuava a penar
Um dia eu fui convidado, pra uma vaquejada

Naquela região

Pensei em não voltar lá

Mas um bom vaqueiro nunca pode vacilar
Nunca mais soube de nada do que lá acontecia

Eu fugia da minha dor e da minha agonia

Ser sempre campeão era a minha alegria
Depois de dezessete anos, preparei-me pra voltar

Como um campeão!

Queria aquele prêmio pra lavar meu coração

Mas sabia que por lá, existia um vaqueirão
Começou a vaquejada e uma disputa acirrada

Eu botava o boi no chão, ele também botava

Eu entrei na festa e ele lá estava
Eu fiquei impressionado, como ele era valente

Tão jovem e tão forte, e tão insistente

Eu derrubava o boi

E ele sempre à minha frente
Chegava o grande momento, de pegar o primeiro lugar

Os bois eram mais fortes, ele não iria derrubar

E sorri comigo mesmo: "dessa vez eu vou ganhar"
Quando me preparava, pra entrar na pista

Quando olhei de lado, quase escureci a vista

Quando vi uma mulher

Aquela que foi a minha vida
Segurei no meu cavalo, para não cair

Tremi, fiquei nervoso, quando eu a vi

Enxugando e abraçando

O vaqueiro bem ali
Entrei na pista como um louco

O bate-esteira percebeu

Andei foi longe do boi

"Ah! Isso nunca aconteceu!"
O vaqueiro entrou na pista e eu fiquei a observar

Ela acenava, ela aplaudia e ele, o boi a derrubar

Derrubou o boi na faixa

Ganhou o primeiro lugar
Fiquei desconsolado, envergonhado eu fiquei

Perdi o grande prêmio, isso até eu nem liguei

Mas perder aquele amor

Ah eu não me conformei
Ela veio sorridente, em minha direção

E trouxe o vaqueiro, pegado em sua mão.

Olhou-me nos meus olhos, falou com atenção:

"Esse é o nosso filho, que você não conheceu.

Sempre quis ser um vaqueiro, como você, um campeão!

E pela primeira vez, quer a sua Benção!"
Eu chorava, de feliz

Abraçado, com meu filho!

Um vaqueiro, como eu!

Eu nunca tinha visto.

Posso confessar: "o maior prêmio... Deus me deu!"




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